sábado, 11 de dezembro de 2010

Importar ou não, eis a questão!

Os preços dos exemplares de criação nacional permitem que, com um pouco mais de investimento, o proprietário importe um cão do país de origem ou de qualquer outro local da Europa, porém, diversas dúvidas em relação a qual seria a melhor opção ficam no ar.

A importação de cães, principalmente de machos, é de extrema importância para a criação da raça na America Latina, qualquer macho importado, de boa procedência, será de grande interesse para a criação nacional, e sem dúvidas, será usado pelos criadores brasileiros se assim o proprietário permitir.

Infelizmente, Cão Lobo Tchecoslovaco trata-se de uma raça rara que está passando por um péssimo momento na atualidade, diversas ninhadas envolvendo cães atípicos, com fortes tendências a doenças e, normalmente, vindas de linhas que seriam perigosas para se adicionar a criação nacional, para completar a situação, normalmente estes péssimos criadores fazem questão de anunciar em português ou espanhol, na tentativa de vender pra cá os seus refugos, visto que estas ninhadas, como um todo, não são interessantes para o país onde nasceram.

Quero deixar claro, conhecimentos sobre genética, linhagens e saúde necessários para criar uma raça e mesmo para importar um cão, não são obrigação para um proprietário que deseja ter um cão de companhia apenas, mas que, por desejar colaborar com a criação nacional, optou por importar um macho, e que, infelizmente, acabou se tornando uma presa fácil para estes criadores de ética contestável.

Para evitar que isto aconteça, criei uma lista com as ninhadas anunciadas que serão de interesse para a criação nacional, vindo de parentes típicos, com grandes tendências a fazer filhos típicos e saudáveis, o intuito desta lista é especificamente guiar o novo proprietário, evitando que ele erre na sua escolha e acabe levando gato por lebre, a lista é atualizada sempre que uma nova ninhada, que preencha esses requisitos, é anunciada no wolfdog.org.

Quem tiver interesse pode acompanhar a lista aqui!

E quais são os prós e contras de se importar um cão?

Mesmo que o meu desejo seja de que ocorram diversas importações, não posso esconder o fato de que o único pró de importar um cão é a colaboração que ele poderá ser para a criação nacional a médio/longo prazo.

Infelizmente cães importados não têm garantias válidas de fato, visto que normalmente não é assinado contrato, isso significa que se o seu filhote vir a morrer por alguma doença vinda do canil ou por alguma má formação, o criador, caso seja sério, poderá te dar outro filhote, mas o transporte, que chega a custar mais que a metade do preço do filhote em si, ficará por sua conta.

Caso o seu filhote venha a apresentar displasia coxofemoral ou displasia de cotovelos, dificilmente você verá qualquer reembolso, ou mesmo a oferta de outro cão.

Você também não irá escolher de fato o seu filhote, dependendo completamente do bom senso do criador, isso significa que você poderá dizer que deseja o filhote A, mas quando chegar no Brasil, terá surpresa de que o filhote que chegou não foi o que você havia reservado.

Não digo que a comunicação com o criador seria um problema, pois caso o proprietário tenha qualquer dúvida em relação ao filhote, ou problemas no dia a dia, tenho a certeza de que, não apenas eu, mas os outros criadores de Cão Lobo Tchecoslovaco e mesmo os proprietários mais experientes, estarão dispostos a ajudar.

Enquanto a importar um cão adulto?

Como já foi dito anteriormente, Cão Lobo Tchecoslovaco trata-se de uma raça rara, dificilmente um criador irá anunciar uma boa matriz ou um bom padreador para a venda, ocorre às vezes de, por motivos pessoais, algum proprietário ter de se desfazer de seus cães, nesse caso dificilmente ele aceitará vender estes cães para um desconhecido, normalmente doando eles para alguém de sua confiança temporariamente.

Temos também raros casos onde, por questões financeiras ou problemas pessoais, um criador acaba aceitando vender um padreador ou matriz para outro criador, porém, isso é também uma relação que exige confiança , sendo que estes cães não são anunciados a público, mas negociados in loco.

As poucas vezes que encontrei cães adultos anunciados para a venda se tratavam de animais com fortes tendências a doenças e sem os resultados dos exames de saúde, também foi possível encontrar cães completamente atípicos, vindo de linhagens pra lá de suspeitas, o mais engraçado, é que em ambos os casos o anuncio mencionava orgulhosamente os títulos em exposição dos pais de tal cão e do cão em si, numa forma de iludir o leitor com uma falsa comprovação de qualidade.

Levando em consideração a distancia do Brasil em relação à Europa, as chances de conseguir trazer um cão adulto interessante para a criação caem astronomicamente, por isso, meu conselho é simplesmente esquecer esta possibilidade, visto que as chances de se arrepender são enormes.

E sobre a criação nacional?

A criação nacional está recém começando, estamos ainda na faze da introdução da raça no Brasil, dependemos de cães importados para aumentar ao máximo a diversidade genética da raça no país, porém, mesmo com tão pouco tempo de criação, a qualidade de nossos cães, não apenas pela tipicidade como também pelas linhas de sangue utilizadas, já é superior a da maioria dos países europeus, onde a historia da introdução da raça foi diferente, com um começo desastroso devido à importação de cães de baixa qualidade, aliada a falta de conhecimento do introdutor, que normalmente pouco conhecia a raça e pouco se preocupava com a seleção ou a qualidade dos cães, por vezes, sem mesmo ter idéia sobre como deve ser um exemplar da raça, de acordo com o padrão.

Os cães criados no Brasil são tão importantes para a criação quanto qualquer cão importado, visto que, da forma em que o trabalho de seleção está sendo feito, os filhotes produzidos no Brasil serão cruciais para o futuro da raça aqui, e futuramente, também serão para outros países.